A Câmara de Vereadores de Itajaí aprovou, nesta terça-feira (1º), a moção nº 7/2025, que declara o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “persona non grata” no município. A medida foi proposta pelo vereador Victor Nascimento (PL) e aprovada por 11 votos a favor e apenas um contrário.
A moção apresenta diversas críticas ao governo federal, incluindo a retirada da gestão municipal sobre o Porto de Itajaí, que foi transferida para a Autoridade Portuária de Santos (APS). Além disso, o documento menciona suposto “descaso com a sociedade itajaiense”, o apoio a “ditadores e grupos terroristas”, e críticas à política econômica do governo.
Motivos da moção
De acordo com a justificativa apresentada pelo vereador, a retirada do controle municipal sobre o Porto de Itajaí foi um ato “de revanche política” por parte do governo federal. O documento também destaca a aliança de Lula com líderes de outros países, como Venezuela, Cuba e Nicarágua, e critica a relação do presidente com o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).
“O Porto de Itajaí foi o único no país com a gestão municipalizada desde a década de 1990. A federalização foi utilizada como manobra para o fornecimento de cargos para aliados políticos”, afirma a moção.
Resposta do governo federal
O superintendente do Porto de Itajaí, João Paulo, rebateu as críticas e afirmou que o governo Lula foi responsável por salvar o porto em três ocasiões:
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Em 2006, com a reforma dos molhes;
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Em 2008, com a reconstrução do porto após a enchente;
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Em 2024, ao garantir a retomada das operações portuárias após quase três anos de paralisação.
Segundo João Paulo, a federalização trouxe benefícios para Itajaí, garantindo aumento na arrecadação de impostos e a manutenção dos empregos dos trabalhadores do porto.
“Já no primeiro mês após a federalização, os resultados mostraram um crescimento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. O faturamento em janeiro atingiu R$ 18 milhões, um aumento significativo em comparação a 2023”, destacou.
A declaração de “persona non grata” tem caráter simbólico e não impede a presença do presidente em Itajaí. No entanto, a decisão gerou repercussão no meio político e divide opiniões entre apoiadores e críticos do governo federal.
Fonte: Nd+