Venda de etanol cresce, mas preço sobe junto com o da gasolina; veja quando vale a pena trocar

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De acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), que representa as usinas e unidades de produção, as vendas do etanol hidratado, que vai da bomba diretamente para o tanque do veículo, subiram 26,20% em fevereiro, em comparação com janeiro deste ano. Donos de postos, no entanto, acham que o aumento na procura pode ser passageiro, se o preço do etanol continuar acompanhando as altas no valor da gasolina.

Mais etanol

O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, acredita que a oferta de etanol hidratado para os postos de abastecimento será maior este ano do que foi no ano passado, o que pode tornar o produto mais competitivo para o consumidor em relação à gasolina.

“Nesta safra, tivemos queda na moagem em relação à 20/21 em razão de consequências climáticas do ano passado, que reduziram a oferta de cana disponível. Agora estamos prevendo uma safra maior, mas a maior produção de etanol vai depender da demanda, que vem decrescendo desde novembro”, disse.

Segundo ele, os meses de dezembro, janeiro e fevereiro foram de demanda muito fraca, o que fez com que os estoques se tornassem significativos para os meses de março e abril. Se acontecer a maior produção de cana-de-açúcar, como se espera, essa quantidade maior de cana será direcionada para a produção de etanol.

Atualmente, o mix – volume de cana que vai para a produção de etanol e de açúcar – está em 55% para o etanol e 45% para o açúcar. “A usina tem o compromisso com a produção de açúcar, então não dá para mudar muito o mix, que é definido no início da safra. Mas não há dúvida de que haverá um crescimento na oferta de etanol”, disse.

O executivo lembrou que o cenário ainda é de muita incerteza, sobretudo em função do conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia, que já resultou em reajustes no preço do petróleo.

“Não sabemos por quanto tempo o cenário atual permanece. Hoje, a variável mais imprecisa é a demanda”, disse. Outro fator que interfere na competitividade do etanol é o emprego do milho para suprir a produção. Desde a safra de 2015/16, o cereal, um dos principais insumos da ração animal, é usado para produzir nosso etanol.

Álcool ou gasolina: a regra dos 70%

Desde que os carros flex começaram a se popularizar, em meados dos anos 2000, a regra mais divulgada para decidir entre álcool ou gasolina é a dos 70%.

Isso porque, de maneira geral, o consumo dos automóveis era 30% maior com o combustível vegetal. Desse modo, para que abastecer com álcool fosse mais barato, seu preço deveria ser equivalente a, no máximo, 70% do preço da gasolina. Caso contrário, o derivado de petróleo continuaria sendo mais vantajoso para o bolso.

Para calcular essa relação, basta multiplicar o preço do álcool por 100 e dividir pelo preço da gasolina: se o resultado for maior que 70, o valor mais baixo não compensa o consumo maior.

Porém, com a modernização dos motores, essa regra dos 70% pode não representar a realidade para todos os automóveis no mercado. Quando o carro apresenta um bom rendimento com etanol, pode valer a pena abastecer com ele mesmo que o preço esteja na casa dos 75%.

Sendo assim, o ideal é observar os dados de consumo do seu carro. Melhor ainda é fazer testes com álcool e gasolina, comparando os dados do computador de bordo. Se o seu carro consumir apenas 20% a mais com etanol, por exemplo, a regra para você seria com 80% — e não 70%, como aponta o senso comum.

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